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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Resenha: Edward Mãos de Tesoura


                Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands) é um dos meus filmes mais queridos da década de 90 dirigido pelo grande Tim Burton, um dos maiores nomes do cinema contemporâneo americano a quem tenho grande admiração. Esta obra é uma das minhas prediletas não apenaas por se tratar do meu gênero preferido ficção/fantasia, mas também por ter no elenco nomes aclamados como o talentosíssimo Jhonny Deep atuando no inicio de sua carreira dando vida ao papel do protagonista Edward. O roteiro do filme gira em torno de um pequeno conto escrito pelo próprio Tim Burton que insere toda sua típica autenticidade e peculiaridade estética como no temática no filme.
                 Poucas pessoas notam que o início do filme se dá com uma vovó que conta uma história para sua netinha, quando esta lhe pergunta a respeito da origem da neve. O filme narra que um senhor (Vincent Price), estando no auge de sua velhice e solidão decide dar um coração e transformar uma de suas máquinas da fábrica de biscoitos em um homem que lhe fizesse companhia. Ele então recria Edward, um rapaz no corpo de uma máquina que possui tesouras no lugar de mãos. Entretanto, antes que sua invenção esteja totalmente concluída e o inventor presenteie seu pupilo com o que seriam mãos de verdade, este tem um ataque e morre. É interessante focar que estas revelações sobre a criação e o passado de Edward se passa em flashbacks durante todos o filme.
                       A história se passa em uma pacata cidade onde  todas as casas são parecidas, todos os dias a mesma hora os maridos saem para trabalhar em seus carros e se despedem de suas esposas que ficam em casa cuidando do lar, tudo parece ser sempre igual e com o mesmo ritmo de vida, as donas de casa se preocupam apenas com os afazeres domésticos e "comentar" sobre a vida uma das outras. Na primeira metade do filme Burton insere um tom de humor com um pouco de sátira e uma sutil comédia da vida suburbana.  É nesse contexto social que vivia Peg Boggs (Dianne Wiest) uma revendedora de cosméticos de uma marca bastante conhecida, que um belo dia após ser rejeitada por todos os possíveis clientes decide então procurar um novo cliente no castelo abandonado no alto de uma montanha. 
                     É interessante perceber que o castelo já se encontra visivelmente abandonado há bastante tempo, mas mesmo assim a gentil Peg não desiste de encontrar alguém por lá, até que surge Edward . De inicio a personagem se assusta com a aparência bizarra daquela estranha criatura, entretanto ao notar que seu susto não fora maior que o do jovem, ela sente uma enorme compaixão por Edward e decide leva-lo para casa e cuidar dos ferimentos naquele rosto todo cicatrizado pelos constantes incidentes com as tesouras. É a partir da inserção desse personagem "estranho" no ambiente considerado "normal" que acontece o desenrolar da história. 
                        Ao abrigar Edward em sua casa, Peg tenta subjugá-lo aos costumes da sociedade, o que não dá muito certo inicialmente, mas aos poucos o medo e o horror que alguns dos vizinhos de Peg sentiam por Edward começam a se transformar em admiração e surpresa quando este se mostra um exímio artista com as suas tesouras, primeiro podando, arbustos e árvores, depois tosando  cães e por último, cortando os cabelos das mulheres. Edward passa a cultivar um grande sentimento de afeto pela jovem Kim, filha de Pegg, mas ela não é a única desenvolver um interesse pelo rapaz, principalmente quando este é tratado como uma celebridade. Edward chega a ser assediado por uma das mulheres da cidade, mas foge, o que o leva a ser acusado pela mesma de tentar atacá-lo. Em seguida este é convencido a arrombar a casa de alguém para ganhar o apreço de Kim, o que acaba por denigrir ainda mais sua imagem. Por fim ele se encontra em uma situação em que que perseguido por todos da cidade e querem a sua morte. 
                     Edward é retratado como a pessoa mais normal do filme cheio de ternura e que são os outros que tentam corromper sua natureza inocente, as pessoas tidas como normais é quem são os verdadeiros monstros que vão a sua caça. Johnny Depp transpassa um sentimento de emoção com poucas palavras, Edward é um personagem silencioso que fala através do olhar e da emoção e Deep o faz com enorme maestria. Edward Mãos de Tesoura é uma das fábulas mais bonitas da história do cinema mundial. Acredito que este seja o melhor filme já produzido por Tim Burton e que consagrou seu nome como um dos maiores diretores de cinema. 

Algumas curiosidades:


  • Os nomes de Tom Cruise, Jim Carrey e Robert Downey Jr. chegaram a ser cogitados para fazer o papel de Edward;
  • Michael Jackson também se ofereceu para interpretar o personagem;
  • Johnny Deep teve de perder aproximadamente 11 kilos para interpretar Edward;
  • A roupa de couro preto de Edward na verdade não é uma roupa, é a sua pele;
  • O personagem Edward diz apenas 169 palavras ao longo de todo o filme. 







quinta-feira, 27 de março de 2014

O Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças


"Quão feliz é o destino de um inocente sem culpa. O mundo em esquecimento pelo mundo esquecido. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Cada orador aceito e cada desejo renunciado".

Alexander Pope 

domingo, 3 de novembro de 2013

Doce Novembro

"Novembro se inicia e vem trazendo com ele as chuvas da estação, é como se o tempo adivinhasse que precisássemos lavar para longe tudo aquilo que não deu certo, tudo que faz mal, todas as lembranças ruins do inicio do ano. Traz com ele também, a esperança, assim como cada um dos meses que se passaram, mas nunca perdemos a expectativa de que tudo vai dar certo, é algo natural aos seres humanos. É incrível como nunca nos acostumamos com o presente, sempre achamos que o futuro é algo que nos reserva surpresas maravilhosas e nunca lembramos que para alcançá-lo precisamos passar pelo presente. Sempre criamos expectativas boas sobre o tão almejado futuro, entretanto fazendo as mesmas coisas as quais estamos acostumados. Tendemos a acreditar que o futuro será melhor mesmo não mudando em nada em nossas atitudes. Mas como disse, é natural dos ser humano acreditar. A mudança necessária muitas vezes não sai da teoria, e quando sai, não persiste por muito tempo. Infelizmente as mudanças estão classificadas na categoria daquilo que traz o "diferente", as pessoas tem medo do diferente porque não é algo conhecido, elas tem medo sair da sua "zona de conforto" requisito necessário para realizar o diferente ao qual não estão acostumadas. Felizes são aqueles que cobram de si mesmos as mudanças necessárias, elas acreditam de verdade num futuro diferente e é provável que consigam. Que novembro traga as mudanças necessárias".

segunda-feira, 28 de outubro de 2013


"O mundo está tão louco, os pais, os professores e os moralistas estão tão furiosos e insanos que eles ensinam as crianças a amar. As mães dizem aos seus filhos: "Eu sou sua mãe, ame-me", como se a criança pudesse fazer algo para amar. O que pode fazer a criança? O marido continua a dizer à esposa: "Eu sou seu marido, ame-me", como se o amor fosse um dever, como se o amor fosse algo que pode ser criado. Nada pode ser criado. Só uma coisa pode ser criada, você pode fingir. E uma vez que você aprende a fingir o amor, você perdeu. Sua vida inteira dará errado. Então você continuará a fingir que ama. Então você sorrirá e fingirá; então você rirá e fingirá. Então tudo será falso. Então você sentará silenciosamente e fingirá; então você meditará e fingirá. A pretensão tornar-se-á o seu estilo de vida. 
Não tenha pretensões. Deixe a realidade sair. Se você puder esperar e puder ser bastante paciente, quando as pretensões cederem a realidade estará ali esperando para explodir. A catarse é derrubar as pretensões. Não olhe para aquilo que o outro está dizendo porque é a sua pretensão, é como você tem pretendido". 

- Osho

domingo, 27 de outubro de 2013

Eu sei que ninguém perguntou, mas...


"O que eu aprendi com a vida? Muitas vezes pensamos que o amadurecimento tem haver com a idade ou com as experiências que vivenciamos ao longo da vida, mas eu aprendi que amadurecimento não vem com o tempo, o tempo é na verdade uma variante para esta futura conseqüência ou não. As experiências que passamos, sejam elas boas ou ruins, satisfatórias ou frustrantes, não podem nos proporcionar um amadurecimento se não tiramos delas aprendizados para nossa vida. Se isso não acontecer, é provável que na vida venham mais experiências como estas pelas quais já havíamos passado mas não aprendemos. Acreditamos muito que o tempo pode reparar danos, amenizar dores e aliviar nossa alma das decepções que vivemos, acreditamos piamente que o tempo funcione como um cicatrizador infalível para as frustrações mais desastrosas que podemos vivenciar. Mas a vida me mostrou que não importa o quanto o tempo passe, nada vai adiantar se não souber lidar com esta experiência de forma a retirar dela aprendizados importantes, se não acreditar em si mesmo, se você não se permitir vivenciá-las novamente para quem sabe obter um resultado diferente. Acreditamos que a distância pode amenizar problemas de relacionamentos e assuntos mal resolvidos, mas a vida me mostrou que não importa o quão distante você esteja das pessoas que te amam e que se importam com você. Não há fuga ou escape nesses casos, nada vai amenizar os problemas se você não estiver disposto a resolvê-los, a perdoar e seguir em frente. ‘Perdoar é se libertar, é quebrar correntes de alguém, é deixar o outro levantar. É abrir mão de toda razão, Não causar o triunfo que se tem, não negar socorro ao seu algoz, dar a outra face ir mais além’. Acredito que somos o que fazemos para mudar quem um dia fomos. As experiências vividas, nos ajudam a crescer se estivermos dispostos a aprender”.